segunda-feira, 30 de março de 2009

sábado, 28 de março de 2009

Era uma vez






Era uma vez um gato xadrez
Agora tudo é chinês,
A blusa encolheu
A cueca não deu,
Era uma vez um gato xadrez
Agora tudo é chinês,
O martelo quebrou
O alicate entortou,
A camisa apertou,
A calcinha rasgou,
Era uma vez um gato xadrez
Agora tudo é chinês
Sapato só trinta e dois
Vestido só trinta e seis
Somente porque é tudo chinês,
Se tudo se quebra,
Se tudo lhe aperta,
É simples saber o porquê, os porquês
É tudo por que é tudo chinês
E era uma vez um gato xadrez
E o silicone, escapou do chinês?
Não sei lhe dizer,Só quero saber porquê tudo é chinês?




(texto escrito por Léah MorMac; imagem Vivi Mormac)

terça-feira, 24 de março de 2009

A BALA PERDIDA



Havia o pique-bandeira, era um desafio,
Corriam pegavam, gritavam, uma alegria de risos a não querer mais...
Havia o mamãe posso ir, as brincadeiras de roda...
Como devia ser bom, se me deixassem brincar...
- És muito pequena prá isso, senta aí, e fica olhando.
Dizia a irmã maior que se esbaldava até não poder mais.
E eu sentada só olhava e sonhava, querendo lá estar também.
As lágrimas saltando dos olhos, pelo menos elas podiam pular...

De repente, o riso fácil...
Há muito tempo sonhava com aquele néctar...
Umas com listinhas marrons outras vermelhas
Mas nunca ganhara uma, tal qual nas brincadeiras,
Olhei-a tão redondinha colorida, tão docinha,
Lambi-a de todos os lados experimentando seu sabor
A irmã de lá gritou:
-Ponha logo na boca, antes que caia no chão.

E então o choro farto...
-Mas o que foi agora, porque esse choro então?
- Eu engoli minha bala, desceu pela minha goela
Sem nem sentir-lhe o gostinho, foi tudo num supetão...
Ela enxugou-os meus olhos, deu-me um beijinho na testa
- É porque és muito pequena, nem chupar balas tu sabes!
E voltou para as brincadeiras, enquanto eu sonhava ali sentadinha
Em no dia seguinte estar maiorzinha ...
FIM

(texto escrito por Léah MorMac)

segunda-feira, 23 de março de 2009

domingo, 22 de março de 2009

O Monstro

O MONSTRO

Aperto o “Caps Lock”, penso que apertei, na verdade apertei o “a”, que fica bem do ladinho, tento de novo agora vai... fim da frase , palavras com letras que tenho certeza não fui eu que as coloquei ali... tudo errado.
- Delete, digo para mim mesma impaciente, teclo o “s” ao invés do “x”,
Escrevo esemplo e não exemplo. Isso não é aconselhável nem exemplo para ninguém...
Deus nasci para os pincéis, lapis e papéis...
Dêem-me um teclado sonoro, que não troco o dó pelo ré
Mudo de computador, outro tipo de teclado, qual o que, a safa, digo a saga continua, o defeito é de quem está ali martelando aquelas teclas, eu.
È um Deus nos acuda, ou melhor acuda-me por favôr, gigo. digo favor
um digitador com prática comprovada, visto que já fui reprovada.
Por esse MONSTRO, o teclado do computador.

(texto de Léah)

sexta-feira, 20 de março de 2009

Minha Cabeça

Alguém que me conhece, me perguntou curioso :
- O que tens na cabeça?!...
Na minha cabeça tenho:
Na frente um rosto que gostaria com as feições de uns 20 anos atrás.
Nas laterais orelhas, que não gostam de brincos.
Em volta como moldura cabelos amarelos, originalmente castanhos e muitos, muitos outros brancos, que se recusam a aceitar qualquer cor.
Agora, dentro de minha cabeça:
Muitos arquivos, uns mortos, que de vez em quando ressuscitam, outros vivos, cheios de lembranças, dores, alegrias e sonhos revelados outros não, projetos concretizados outros não, idéias boas outras ruins, manias e coisas afins.
Tenho um mundo na minha cabeça,
Será que a resposta satisfaz?
Tudo isso, plagiando Bob Carlos e Caetano: “ debaixo dos caracóis...
Êta cabeção...

(escrito por Léah MorMac)

quarta-feira, 18 de março de 2009

Desencanto

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre.

Manuel Bandeira

O primeiro e lindo verso declamado por mim, no auditório do Colégio, com tôda emoção de adolescente que eu era.

Mãos



Gosto de mãos que trabalham,
Gosto de mãos que reciclam,
Gosto de mãos que se esforçam
Na luta, na labuta, na enxada, no martelo
Gosto de mãos que tocam
O toque suave no corpo, no teclado,
No pincel, no lápis.
Não gosto das mãos que matam,
Não gosto das mãos que espancam,
Não gosto das bonitas,
Não gosto de mãos de salão,
Das que só erguem taças em comemorações.

Eu gosto das feias mãos.

A traição



Bebeu como se não houvesse mundo no amanhã, aquelas bebedeiras que amolecem tudo, até os intestinos. A boca parecia não ter músculos, teimava em permanecer aberta, os olhos ou a cabeça, sabe-se lá, andavam cada um para um lado na intenção de ir, e não iam, ele tombava a todo instante, sob o peso da carraspana.
Sem poder ir ou vir, dormiu ali mesmo,no chão da sala.
Já no dia seguinte, com tôdas as dores e vômitos da ressaca, se censurava pela fraqueza da bebedeira. O remédio era o chuveiro frio e um Engove.
A campainha tocou e ele se arrastou até a porta. Pelo olho mágico viu o rosto da mãe, que ao entrar e deparar com o filho naquele estado, com um misto de censura, dor e pena estampados no rosto envelhecido ordenou-lhe:
Vá pro chuveiro, menino...
Ela raramente aparecia naquela casa, talvez por intuição materna resolvera aparecer por lá naquela manhã.
Já o havia encontrado assim em outra época, outra briga deles, e já não estranhava mais.
Fabio obedeceu, como se fosse realmente um menino. No banheiro, vomitou, peidou, cagou, chorou até não querer mais.
Ficou um longo tempo confabulando consigo mesmo, sem chegar a conclusões ou decisões pensando no inferno que tinha sido sua vida nos últimos anos. Mas realmente o que mais doía, era o orgulho ferido mortalmente por aquele riquinho metido, a ser melhor do que ele, que tudo conseguira a duras penas, não herdara nada a não ser pobreza.

Há seis anos havia se apaixonado por Dolores, ela mostrou ser uma pessoa autoritária, vazia e rancorosa que ele fingia não perceber, maltratava seus parentes e amigos que começaram a se afastar, só lhes restou um casal, de amigos dela, Lú e Eduardo.
- Afinal eram ricos, gente muito fina... Afirmava ela.
- Ele é muito snobe e ela é idiota, uns “deslumbrados”, dizia Fábio.
Os dias se sucediam entre eles em brigas, mas Fábio mantinha a esperança de que dali há mais um tempo ela voltasse a ser a Dolores que antes do casamento, era tão doce.
Ela queria a vida de festas, roupas caras, viagens, queria a vida de quando era solteira, e sustentada pelo pai...
O dinheiro curto, o apartamento caro que ainda estava pagando, o carro recém-comprado, impedia Fábio de fazer as vontades de Dolores. Ela por sua vez, gastava todo o seu salário pequeno de professora, em supérfluos e vivia pedindo dinheiro ao pai, o que deixava Fábio bem humilhado.
Dolores anunciou assim, na bucha, para o marido, após briga feia de abalar quarteirão, que ia embora, afinal encontrára alguém que a compreendia e valorizava...
- Vá, vai agora, mesmo, e me deixe em paz, e vê se não volta mais dessa vez e deixa a chave...
- Você é que vai me dar paz, seu pé-rapado, nunca me deu nada, agora vou ter tudo...
Fábio cansado de discutir, sentou-se na cama e ficou vendo-a pegar bolsas e um jogo de malas e enchê-las de roupas e sapatos, que aliás era o que ela mais tinha.
A princípio, achou que o novo pretendente não existia, que na verdade ela ia voltar para a casa dos pais, como já fizera outras vezes.
Jogou as chaves sobre a cama e antes de bater a porta atrás de si, ela soltou a bomba:
- Vou morar com Eduardo que está se divorciando da idiota da Lú.

Meses depois: Fábio adormecera no sofá da sala, a campainha toca, acordando-o.
- Deve ser minha mãe, só ela me acordaria de um soninho tão bom...
Arrasta-se até o olho mágico da porta e depara com o rosto de Dolores do outro lado torcendo as mãos e em tom baixo e suplicante:
- Fábio, abre a porta, sei que você está aí, vamos conversar...
Ele, vira as costas, vai até ao aparelho de som e coloca no maior volume o DVD do Cazuza, que ela odiava, e ele amava, desligou a campainha, e voltou a dormir.

Lei de Murphy



Coisa mais irritante essa lei.
Cinco copos sujos inteirinhos, na pia.
Assim que foram lavados, brilhantes... um esbarrão e
Quebram-se todos.
Por que não se quebraram quando ainda sujos?

Natasha, sobrenome:



Gorda, gulosa. Glutona
Obsessiva, obsecada.
Egoísta, egocêntrica.
Possessiva, princesa.
Amada, Assanhada, alegre.
Inteligente.
Bonita, bela, boazinha,
Fiel, feliz
Natália, natalício.