terça-feira, 24 de março de 2009

A BALA PERDIDA



Havia o pique-bandeira, era um desafio,
Corriam pegavam, gritavam, uma alegria de risos a não querer mais...
Havia o mamãe posso ir, as brincadeiras de roda...
Como devia ser bom, se me deixassem brincar...
- És muito pequena prá isso, senta aí, e fica olhando.
Dizia a irmã maior que se esbaldava até não poder mais.
E eu sentada só olhava e sonhava, querendo lá estar também.
As lágrimas saltando dos olhos, pelo menos elas podiam pular...

De repente, o riso fácil...
Há muito tempo sonhava com aquele néctar...
Umas com listinhas marrons outras vermelhas
Mas nunca ganhara uma, tal qual nas brincadeiras,
Olhei-a tão redondinha colorida, tão docinha,
Lambi-a de todos os lados experimentando seu sabor
A irmã de lá gritou:
-Ponha logo na boca, antes que caia no chão.

E então o choro farto...
-Mas o que foi agora, porque esse choro então?
- Eu engoli minha bala, desceu pela minha goela
Sem nem sentir-lhe o gostinho, foi tudo num supetão...
Ela enxugou-os meus olhos, deu-me um beijinho na testa
- É porque és muito pequena, nem chupar balas tu sabes!
E voltou para as brincadeiras, enquanto eu sonhava ali sentadinha
Em no dia seguinte estar maiorzinha ...
FIM

(texto escrito por Léah MorMac)